A um tempo atrás passei por uma situação bem chata.
Na casa onde moro não tenho privacidade. Não tenho mesmo. A única hora que consigo ficar sozinha é quando subo pra ouvir música, isso quando minha irmã, Maíra, não resolve subir também, com o objetivo de me irritar.
Fico no 'meu' quarto, deitada, na minha cama, viajando em meus pensamentos, escrevendo, lendo. Esse é o MEU momento, só MEU, me sinto bem, esqueço do mundo, dos problemas e fico acordada aproveitando cada minuto.
Esse 'meu' quarto não tem porta, e é aí que vem a FALTA de privacidade. - "Pra que porta? Não precisa." - Isso me dói muito. Quando morava em apartamentos (morei em vários) tinham portas em todos os quartos. Eu podia falar sozinha sem o constrangimento de alguém me ouvir, ver. Mas tenho que adaptar-me com a atual situação.
Nesse 'meu' quarto (sem porta) durmo sozinha com meu pequeno rádio na mesinha de cabeceira. Lá é o único lugar da casa que consigo chamar de 'MEU', mesmo não sendo a única dona. Na hora de dormir é uma das melhores horas do dia. Deito-me, ligo o rádio, as vezes leio ou escrevo antes, e acabo dormindo. É assim todos os dias e não me encomodo com ESSA rotina.
[Voltando ao assunto. Sempre me perco] Eu estava na sala (primeiro andar), fiquei um pouco conversando com vovó. Meu celular, que estava do lado de minha cama (quarto - segundo andar) tocou, minha irmã avisou-me. Não corrir pra atender, já era tarde e queria falar com ninguém. Logo depois subi pra pegá-lo. Vejo a Maíra deitada no 'meu' quarto, na minha cama. Fiquei parada por uns 2 segundos, peguei meu diário, caneta, celular e desci (tenho motivos pra não deixar, sobre hipótese alguma, meu diário no mesmo lugar que minha irmã mais do que 10 segundos).
Vê-la deitada na minha cama me irritou, assustou, doeu. Não só pelo fato de não ter me pedido, mas também por ser meu templo, é meu canto onde tenho minha rotina sagrada à noite. Me senti invadida, roubada, destruida. Não estava no meu espaço, perdi a única coisa que é minha nessa casa, 'meu' quarto, com minha cama. Ela estava deitada roubando esse meu espaço, meu cheiro, minha alma, minhas vidas, sonhos, pensamento, segredos, PRIVACIDADE.
No dia seguinte, na hora de dormir, entrei no quarto, não senti meu cheiro, não o reconheci. Na cama ainda a via, não consigui deitar. Aproveitei que minha mãe não dormiu em casa e dormir na sua cama, com o seu travesseiro, pra sentir seu calor, cheiro. Assim tentei reencontrar o meu, pra depois espalhá-lo pela minha cama de volta.
Nem reclamei com a Maíra, muito menos com minha mãe. Não valeria à pena, eu só taria sendo egoísta, mesquinha. Mas acho que não foi bom, pois depois desse dia tiveram tantos outros. E me veio os mesmos sentimentos, dores, a mesma revolta. E continuei sem falar nada. Sofro calada.
Na casa onde moro não tenho privacidade. Não tenho mesmo. A única hora que consigo ficar sozinha é quando subo pra ouvir música, isso quando minha irmã, Maíra, não resolve subir também, com o objetivo de me irritar.
Fico no 'meu' quarto, deitada, na minha cama, viajando em meus pensamentos, escrevendo, lendo. Esse é o MEU momento, só MEU, me sinto bem, esqueço do mundo, dos problemas e fico acordada aproveitando cada minuto.
Esse 'meu' quarto não tem porta, e é aí que vem a FALTA de privacidade. - "Pra que porta? Não precisa." - Isso me dói muito. Quando morava em apartamentos (morei em vários) tinham portas em todos os quartos. Eu podia falar sozinha sem o constrangimento de alguém me ouvir, ver. Mas tenho que adaptar-me com a atual situação.
Nesse 'meu' quarto (sem porta) durmo sozinha com meu pequeno rádio na mesinha de cabeceira. Lá é o único lugar da casa que consigo chamar de 'MEU', mesmo não sendo a única dona. Na hora de dormir é uma das melhores horas do dia. Deito-me, ligo o rádio, as vezes leio ou escrevo antes, e acabo dormindo. É assim todos os dias e não me encomodo com ESSA rotina.
[Voltando ao assunto. Sempre me perco] Eu estava na sala (primeiro andar), fiquei um pouco conversando com vovó. Meu celular, que estava do lado de minha cama (quarto - segundo andar) tocou, minha irmã avisou-me. Não corrir pra atender, já era tarde e queria falar com ninguém. Logo depois subi pra pegá-lo. Vejo a Maíra deitada no 'meu' quarto, na minha cama. Fiquei parada por uns 2 segundos, peguei meu diário, caneta, celular e desci (tenho motivos pra não deixar, sobre hipótese alguma, meu diário no mesmo lugar que minha irmã mais do que 10 segundos).
Vê-la deitada na minha cama me irritou, assustou, doeu. Não só pelo fato de não ter me pedido, mas também por ser meu templo, é meu canto onde tenho minha rotina sagrada à noite. Me senti invadida, roubada, destruida. Não estava no meu espaço, perdi a única coisa que é minha nessa casa, 'meu' quarto, com minha cama. Ela estava deitada roubando esse meu espaço, meu cheiro, minha alma, minhas vidas, sonhos, pensamento, segredos, PRIVACIDADE.
No dia seguinte, na hora de dormir, entrei no quarto, não senti meu cheiro, não o reconheci. Na cama ainda a via, não consigui deitar. Aproveitei que minha mãe não dormiu em casa e dormir na sua cama, com o seu travesseiro, pra sentir seu calor, cheiro. Assim tentei reencontrar o meu, pra depois espalhá-lo pela minha cama de volta.
Nem reclamei com a Maíra, muito menos com minha mãe. Não valeria à pena, eu só taria sendo egoísta, mesquinha. Mas acho que não foi bom, pois depois desse dia tiveram tantos outros. E me veio os mesmos sentimentos, dores, a mesma revolta. E continuei sem falar nada. Sofro calada.